segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Madrid: Peguei o trem errado!

Povo de terceiro mundo tem toda uma visão mágica da Europa, certo? A gente acha que por lá só tem elfo, fada, Gollun (my preciousssss). A gente crê que toda paisagem é digna de StockPhoto sem royalt free. A gente sente que pegou complexo de inferioridade assim que desce do avião.

Daí, cheguei em Madrid, e tive certeza que o trem fez curva errada e caiu em SP. Cheguei até a procurar um busão Praça Ramos. Isso porque Madrid é sujinha, feinha, toda pichadinha, um verdadeiro nojinho. Aposto que eles colocam a culpa na imigração (típico!). Só pra constar primeiro mundo: São Paulo já fez isso e não colou. A imigração acabou e a decadência continua (oi?).

Se eu já não estava curtindo horrores, imagina a raivinha batendo, quando na porta do Museu do Prado, descobri que Velásquez estava fora da área de serviço / ou desligado. Pasmei! Vi “as meninas” do Picasso no Museu da Rainha Sofia (creep!) e dei uma voltinha pelo Museu de cera. Mas só passei a me realizar enquanto turista quando cheguei ao Palácio Real. Ok, isso São Paulo não tem!

O Palácio Real de Madrid é mara! Tem toda uma coleção de papel de paredes centenários/vintages luxo. Ficadica Tok Stock, pra próxima coleção! E por fora tem um daqueles super-jardins com labirinto, que é pra gente se jogar e se perder. Por ali gari deve ganhar melhor, porque é tudo bem limpinho.

Pra noite tem a Plaza Mayor: um quadradão rodeado por prédinhos antigões . No meio do quadradão tem estátuas (mortas e vivas), e embaixo de cada prédio tem um restaurante diferente. Artista itinerante tem tanto que chega a dar poluição sonora... humpf!

Tá bom, confesso, era minha TPM falando! Mas viagem terminada o balanço é o seguinte: valapena Barcelona pros cosmopolitas, Valência pro baile tudo, e Granada pros desapegados. O resto eu pulava fácil. Se joga!

Foto 1: Sexo in Nueva York
Foto 2: Palácio Real
Foto 3: D. Quixote e Sancho Pança

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Finally Andaluzia: Sevilha

Sevilha é uma cidade caldeirão. Não vi bruxa, mas nem por isso deixei de cozinhar até o âmago. Sem exagero: eram 18h e ainda faziam 42 graus (á sombra). Por conta disso, multidão em peso migrava pro litoral, estilo cena de filme catástrofe (Impacto Profundo, Independence Day, A Era do Gelo). Mas eu sou diferente, eu sou original, não sou seguidora das massas (não votaria na Dilma nem que ela me pagasse bolsa Haagen Das). Portanto, bóra pra Sevilha.
Adoro cidade kinder ovo, do tipo que você resolve descobrir a pé, sem mapa, e logo encontra surpresa dentro. Geralmente funciona assim: achou calçadão, é o centro da cidade! E o calçadão de Sevilha é uma verdadeira loucura, coisa linda de Deus (literalmente). Comporta a maior catedral gótica desse mundo todo, que (segundo as más línguas) tem uma escadaria do tipo "no way".
Contornando a igreja, você dá de cara com Alcázar, que é igual Alhambra (vide post Granada boooom) só que menor e, "in my opinion", mais bonita. Ali pelas redondezas tem um bairro boêmio (glup, glup), e carruagens espalhadas de esquina em esquina, pro caso dalguém querer fazer a Cinderela (bêbada).

Seguindo o calçadão cae-se (e levanta-se) na Avenida Torneo, às margens do Rio Guadalquivir, toda ela turística, com prédios históricos, jardins e "incrusível" a Arena de Touros Maestranza, onde rolam as famosas touradas. Eu, vegetariana que curte bacon que sou, repasso um profético aviso aos toureiros: "certeza que você nasce azeitona na próxima encarnação, que é pra virar petisco e levar palitada no lombo". Uma simples questão de carma.
E a noite? No verão coma suas tapas ("the winner is" queijo brié com creme de framboesa), e vá pro hostel dormir. Zzzzzzzzzz! Os shows de Flamenco são chatinhos, o calor se mantém infernal, e as festas estão todas bué, bué distantes, nas praias.
Próxima parada: Madrid

Foto1: Catedral Gótica / Foto2: Alcázar / Foto3: Rio Guadalquivir

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Granada (booooom)

De volta ao “travel book español in blog”.
Ao contrário do que o nome sugere, Granada (boooom) tem uma história toda “make peace not war”, Woodstock Vibe in (é respirar, e sentir, se é que você me entende).

Imagine você que numa época em que perseguir seres de pensamentos ecléticos – judeus, ciganos, muçulmanos, emos – era moda, Granada sim-pá-ti-ca acolhia geral (“incrusive” testemunhas de Jeová) numa grande e animada comunidade. Invariavelmente o lugar acabou dominado pelos católicos da inquisição, assim como todo o resto da Espanha, pra fins de padronização (vide ISO9001). Mas o que tem de bom pra ver, continua sendo de origem moura ou cigana (tomou?).
É o caso da Alhambra - antigo palácio do Sultão (pai da Jasmine) no pico do morro cercado por jardins/oásis - e do bairro Albaicin. Ah... Albaicin (suspiros). Vilarejo saído do desenho do Alladin, todo ele ruinhas estreitas de paralelepipedos (repita-rápido-3x), com portais e pracinhas de fontes naturais (aonde os hippies das cavernas* vão buscar água nos dias de tomar banho), e casas de chá (de cogumelo) marroquinas de canto em canto. Uma diliça de ver e de comer, tem narguilé e tapas free (slap, slap). De noite, a vista de Alhambra é uma verdadeira loucura, e tem sempre uma guitarra cigana por perto, que é pra realizar o clima.
Apesar da descrição, o sentimento burca não se incorpora. Muito pelo contrário, o lugar é hippie todo, como que saído da Estrela Guia (novela em que a Sandy é hippie, mas depila as axilas). Os *hippies de raiz (oi?) literalmente vivem em cavernas (aprovadas pelo governo) aonde antes se alojavam os ciganos. E os ciganos, além das luxuosas moradias (tsc, tsc), e das tias que ficam pedindo pra ler sua mão (porque o preço do livro tá um abuso), deixaram de herança pra nóis os melhores shows de Flamenco éva.

Eu, que ia passar só 1 noite na cidade, acabei estendendo pra 4, com uma vontade louca de ficar for life. “One day I will”! Meu sonho de consumo é passar o resto da vida abduzida (se é que você me entende) numa rede em Granada (boooooom). Pronto, falei!

Foto1: Alhambra
Foto2: Vista de Alhambra do Albaicin
Foto3: Makuto - best hippie hostel éva.