quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Palanca Negra Gigante em Paris.

Este post vai ser misto Angola/Paris, porque convenhamos, já tem uns 3 meses que a viagem de 15 dias acabou, néam? E eu aqui tentando me enganar.

A Palanca Negra Gigante é o bichinho símbolo de Angola, tá? É tipo bambi, antílope, só que gigaaante, com até 2,50m. Tem uns chifres maiores que eu inteira. Se eu visse ao vivo, provavelmente saía correndo. Mas nunca vi, néam? Porque é bichinho em extinção. Hoje em dia, catalogados, só sobraram 19, dos quais 14 são fêmeas, e estão todos na reserva florestal de Cangandala, em Malange.
Este pet é tão importante pro povo angolano que: a torcida da seleção angolana é conhecida como “os palancas negras”; a logomarca da TAAG (linhas aéreas angolanas, ou “tá-aqui-agora-guenta”), da Angola LNG (empresa de gás natural), entre outros, é ilustração estilizada da palanca; o mascote do CAN 2010, acontecido em Angola, foi uma palanquinha.

E ainda assim, eu precisei viajar pra Paris, pra ver uma delas.

Tô eu, assobiando tranqüilinha lá no Jardin dês Plantes, o Jardim Botânico Rio de Janeiro, CEP 22.460 de Paris, quando resolvo entrar na Grande Galeria da Evolução, e dou de cara com uma Palanca Negra Gigante empalhada (acho eu)! Taí pra vc ver.


O Jardin dês Plants é muito legal! Além de palanca, tem labirinto, estátuas, um zoológico com flamingo e sapo azul, daqueles de lamber. E a Grande Galeria da Evolução é grandiosa feito o nome. Gigante, bonitona, modernosa e politicamente correta, toda voltada à preservação. Tem uma baleia inteira lá dentro.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Da Vinci Code Walk Tour

Eu gosto de fazer casting antes de ler livro, ou seja, eu monto todo um elenco na minha cabeça. Vez em quando não faz muito sentido. Fica ator de novela brasileira com hollywoodiano, tudo junto e misturado. Então que, quando li Código da Vinci, e ele nem pensava em virar filme, o Robert Langdom da minha cabeça, era o George Clooney. Não julga, tá? Suspiro por ele desde a época em que E.R. era Plantão Médico.

Daí que o livro começa com o George Clonney dormindo lá no Ritz, em Paris. E é neste mesmo lugar que o “Da Vinci Code Walk Tour” começa: do lado de fora do hotel. Né? Que pra entrar no Ritz, você tem que ter saído no E!.

Place Vendome, com o Ritz logalí. Foto by parisinmay.wordpress.com

De lá, a gente vai pro Louvre, que é pra ver onde Jacques Saunière, o grão mestre templário, e avô da Amélie Poulain foi assassinado. E o caminho é uma atração a parte. O guia, que é americano (¬¬), e cara de pau, fala pra gente ir olhando pra dentro das janelas dos hotéis que hão pelo caminho. Gente, puro luxo! Babei! Daí ele, super informativo, conta que os exércitos alemães ocuparam justamente este hotéis, feito casinha e posto de comando, durante a Segunda Guerra Mundial.
Se ocê num sabe, dexô conta: Hitler mandou um povo ocupar Paris, craro! E quando deu conta de que estava perdendo a Guerra, mandou o comandante responsável bombardear tudo. Mas o tal comandante achou Paris tão linda, tão linda, que bateu pezinho no chão, e disse não! Um fofo!

Pirâmide invertida, e uma loja da Virgin Records.

Continuemos: então que a gente chega no Louvre, e pula pro final do livro, porque ao invéz de ir lá pro corredor da Monalisa, que é pago e craudeado, a gente vai pra pirâmide invertida onde estão os restos mortais da Maria Madalena. Puxa pela memória: lembra a cena final do filme, emocionante, com o Tom Hanks, resolvendo o mistério na pópria cabeça? E ele tá ali, em cima da pirâmide invertida, toda iluminada e radiante? Então, impossível, tá? Porque a pirâmide tá embaixo de um canteiro, no meio do trânsito, bloqueado pra pedestres. ¬¬. É Hollywood contando mentirinha pra gente. O guia disse também que embaixo da pirâmide, onde, bem ao estilo CSI, o filme mostra o túmulo enterrado, estão, na verdade, vários andares de estacionamento subterrâneo. Fico me sentindo enganada!

Pontinho da Roseline

Se esta é a locação final do filme/livro, quer dizer que acabou o walk tour? Não, não, só quer dizer que tá todo do avesso. Depois de ver a pirâmide, a gente começa a seguir a Roseline, que é na verdade a marcação (no chão) do antigo meridiano de Paris. Dessa parte do livro eu não lembro direito, mas parece que o Saunière enganou o albino Silas, mandando ele seguir a linha pra achar o Santo Graal. Tolinho. Bóra, fazer o caminho que o Silas fez.
A primeira bolinha no chão fica ao lado da pirâmide do Louvre. Depois, é só ligar os pontinhos. No caminho, a gente passa: pela Pont dês Arts, aquela dos cadeados românticos; pela Igreja St-Germain-dês-Prés, a mais antiga de Paris; e por uma loja da LaDureé, que, segundo consta, vende os melhores macarons da França.

Tá bom, a primeira vez que vi a palavra macaron num cardápio francês, eu também pensei o óbvio. Macarrão, né? Só que vinha na parte da sobremesa. Confesso! Achei que era um tipo de macarrão doce! É guinorância, gente! Acontece com todo mundo. Um dia vai acontecer com vc também. Macarron é tipo alfajor, tipo bolacha, mas não é alfajor, nem bolacha. É fofo, do tipo de comidinha que dá dó de morder. Tem muita loja de macarron em Paris, e parece mais joalheria. O guia do walk tour diz que é viciado em macaron, e deixa a gente parar pra comprar. Engordei 2kg só ali, de certeza.

tá vendo esse pau de mármore com uma bola na ponta e um risco no meio? É a Roseline escalando a parede.

O tour acaba na Igreja St. Sulplice, que tem uma Roseline escalando a parede. Essa é aquela igreja que o Silas vandaliza pra mó de achar o túmulo perdido, e acaba encontrando só uma caixinha no chão. Tenho dó do Silas.

St. Suplice by me

Pra você que nunca viu o livro/assistiu o filme, já contei o final, tá? Desculpaê.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Ghost Walk Tour

Nunca fui muito fã desses “guided walk tours”. Porque quando há que se seguir um guia, não dá pra parar em vitrine, nem fazer lanchinho, só porque sim. Mas passei 13 dias em Paris (que já valeram 12 posts u-hu), e achei válido fazer dois dos seus walk tours temáticos.


Ghost Walk Tour: Assim, é bastante teatral, tá? O local de encontro é um bar gótico, e o guia chega lá de capa, cartola e dentadura de vampiro. Não é pra ter vergonha alheia. É pra entrar no clima, que senão perde a graça. O itinerário leva 2 horas e meia (acaba depois da meia noite), e fica ali às voltas da Notre Dame. As histórias são uma viagem, craaaro! Mas todas elas tem um tiquinho de realidade - um personagem, uma época ou um local - o que ajuda na vibe “atividade paranormal”. Eu gosti:

- De conhecer a Aurouze, a loja de pesticidas e armadilhas que escandalizou o Rémi (vide Ratattouile). Em funcionamento desde 1872, pra provar que só vende produto de qualidade, expõe ali mesmo, na vitrine, a prova do crime: ratos mortos nas suas respectivas ratoeiras. A-han!
É rato na vitrine.

- De ver o ladrilho onde Henry IV foi assassinado. Tenho tanta dó desse rei, xente. O coitado nasce de mãe protestante em pleno período de Guerras Religiosas, dentro de uma linha de sucessão à realeza, que é toda católica. Dá pra imaginar o que é isso? Não sei como é que ele não foi parar numa máscara de ferro.
Não teve máscara, mas teve massacre, e bem no dia do casamento do pobrezinho. Foi assim: Na época quem mandava na bagaça toda era a Rainha Catarina de Médici, que já nem Rainha era, mas fazia o filho-rei, de marionete. Então que ela, toda disfarçada em boazinha, se encontrou com a mãe do Henry com uma proposta irrecusável: casar os filhinhos pra de fazer a paz entre as religiões. Mamãe de Henry ficou toda felizinha, bateu palma, assinou acordo, e depois foi envenenada. Catarina de Médici era assim de ruim! Henry bobinho só queria paz entre os povos, seguiu pra Paris, contrair matrimônio, e levou junto uma multidão de fãs protestantes, cheios de paz e amor no coração. Tava feita a emboscada! O casamento foi tranqüilo, tudo festa, comes e bebes. Até que foi assassinado o primeiro protestante da noite, um figurão famoso. Pronto, virou zona! Só naquela noite, mais de 5.000 protestantes foram assassinados (aka Massacre do Dia de São Bartolomeu). E naquele tempo não tinha metralhadora, tá? Henry acabou por ceder a pressão e se converteu ao catolicismo. Ficou preso no palácio real por uns 4 anos, até que conseguiu fugir. É verdade! Tá tudo lá no filme La Reine Margot. Corre reservar a fita!
Lá pelas tantas, depois que todos os filhos da Catarina morreram, Henry acabou por virar Rei da França. Ele era gente boa, governava direitinho, o povo curtia, chamavam ele de “Henry, Le bon”. Mesmo assim foi assassinado por um fanático católico, no meio da rua, dentro da carruagem. E é esse ponto, no meio da rua, que o Ghost Walk Tour mostra.
A-a-ado, quadrado onde o Rei foi assassinado.

- De saber que a atual Place de l’Hôtel de Ville, já foi a Place du Greve, posto da guilhotina durante a Revolução Francesa. E que a última vez que a guilhotina foi usada para fins de pena de morte, foi em 1977, só 3 anos antes deu nascer. Virge! Agora aposentada, a guilhotina se disfarçou de objeto decorativo, e fica paradinha num pub logalí. O Ghost Walk Tour não vai até ela, mas pedindo com jeitinho, o guia indica o caminho.

Craro que o tour tem muito mais história, e muito mais sinistras, mas eu não vou contar, que é pra fazer a misteriosa. E eu bem ia falar do outro tour aqui, mas esse texto já tá monstro. Então fica pro 13º post. Boo!