segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Ghost Walk Tour

Nunca fui muito fã desses “guided walk tours”. Porque quando há que se seguir um guia, não dá pra parar em vitrine, nem fazer lanchinho, só porque sim. Mas passei 13 dias em Paris (que já valeram 12 posts u-hu), e achei válido fazer dois dos seus walk tours temáticos.


Ghost Walk Tour: Assim, é bastante teatral, tá? O local de encontro é um bar gótico, e o guia chega lá de capa, cartola e dentadura de vampiro. Não é pra ter vergonha alheia. É pra entrar no clima, que senão perde a graça. O itinerário leva 2 horas e meia (acaba depois da meia noite), e fica ali às voltas da Notre Dame. As histórias são uma viagem, craaaro! Mas todas elas tem um tiquinho de realidade - um personagem, uma época ou um local - o que ajuda na vibe “atividade paranormal”. Eu gosti:

- De conhecer a Aurouze, a loja de pesticidas e armadilhas que escandalizou o Rémi (vide Ratattouile). Em funcionamento desde 1872, pra provar que só vende produto de qualidade, expõe ali mesmo, na vitrine, a prova do crime: ratos mortos nas suas respectivas ratoeiras. A-han!
É rato na vitrine.

- De ver o ladrilho onde Henry IV foi assassinado. Tenho tanta dó desse rei, xente. O coitado nasce de mãe protestante em pleno período de Guerras Religiosas, dentro de uma linha de sucessão à realeza, que é toda católica. Dá pra imaginar o que é isso? Não sei como é que ele não foi parar numa máscara de ferro.
Não teve máscara, mas teve massacre, e bem no dia do casamento do pobrezinho. Foi assim: Na época quem mandava na bagaça toda era a Rainha Catarina de Médici, que já nem Rainha era, mas fazia o filho-rei, de marionete. Então que ela, toda disfarçada em boazinha, se encontrou com a mãe do Henry com uma proposta irrecusável: casar os filhinhos pra de fazer a paz entre as religiões. Mamãe de Henry ficou toda felizinha, bateu palma, assinou acordo, e depois foi envenenada. Catarina de Médici era assim de ruim! Henry bobinho só queria paz entre os povos, seguiu pra Paris, contrair matrimônio, e levou junto uma multidão de fãs protestantes, cheios de paz e amor no coração. Tava feita a emboscada! O casamento foi tranqüilo, tudo festa, comes e bebes. Até que foi assassinado o primeiro protestante da noite, um figurão famoso. Pronto, virou zona! Só naquela noite, mais de 5.000 protestantes foram assassinados (aka Massacre do Dia de São Bartolomeu). E naquele tempo não tinha metralhadora, tá? Henry acabou por ceder a pressão e se converteu ao catolicismo. Ficou preso no palácio real por uns 4 anos, até que conseguiu fugir. É verdade! Tá tudo lá no filme La Reine Margot. Corre reservar a fita!
Lá pelas tantas, depois que todos os filhos da Catarina morreram, Henry acabou por virar Rei da França. Ele era gente boa, governava direitinho, o povo curtia, chamavam ele de “Henry, Le bon”. Mesmo assim foi assassinado por um fanático católico, no meio da rua, dentro da carruagem. E é esse ponto, no meio da rua, que o Ghost Walk Tour mostra.
A-a-ado, quadrado onde o Rei foi assassinado.

- De saber que a atual Place de l’Hôtel de Ville, já foi a Place du Greve, posto da guilhotina durante a Revolução Francesa. E que a última vez que a guilhotina foi usada para fins de pena de morte, foi em 1977, só 3 anos antes deu nascer. Virge! Agora aposentada, a guilhotina se disfarçou de objeto decorativo, e fica paradinha num pub logalí. O Ghost Walk Tour não vai até ela, mas pedindo com jeitinho, o guia indica o caminho.

Craro que o tour tem muito mais história, e muito mais sinistras, mas eu não vou contar, que é pra fazer a misteriosa. E eu bem ia falar do outro tour aqui, mas esse texto já tá monstro. Então fica pro 13º post. Boo!

2 comentários:

  1. Conhecer culturas diferente (na prática) deve ser incrível!

    Barbie, como assim?! A boneca msm? Pede para o Sr. Roger de presente no dia 12/Out. kkk bjus

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  2. Oi, Thais! Viajei no post, fiquei morrendo de peninha do Henry e com raiva da Catarina! Muito bom começar o dia lendo teu blog... Bjs, Kakau

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