sexta-feira, 29 de março de 2013

Quaresma

Sabe a quaresma? Aquele período do ano antes da Páscoa. Quando todo mundo que é católico tem que praticar a abstinência? Fazer de conta que é virgem vegetariano? Porque comer carne em todos os sentidos da palavra é coisa de pecador. E os santinhos nas igrejas ficam cobertos com paninho fúcsia? Mesmo que a tendência seja o amarelo.
Intaum, o Carnaval do Brasil é o bota-fora da quaresma. "Bóra pecar hoje, que amanhã pega mal". Tipo despedida de solteiro. Desculpa pra enfiar o pé na jaca, e acordar do lado de um anão.

Dada essa explicação desnecessária...

Baum, aqui em Londres também tem abuso antes do início da quaresma, só que menos, bem menos. Trata-se do Pancake Day. A terça feira na qual se aplica a tradição de: COMER PANQUECA!
Pra mim o Carnaval virou coisa do passado! Até risquei da minha agenda. Acabar-se na panqueca é muito mais válido, saboroso, degustativo. Dilíça! E as probabilidades de se adquirir uma DST diminuem consideravelmente. 

Pra comemorar o dia, namorado me levou ao Breakfast Club. Alusão a filme de sessão da tarde, yé yé! A lanchonete especializada em brunchs (café da manhã que vira almoço dada a lezeira), serve um monte de coisas boas e engordativas, tipo aqueles pratos de bacon, ovos e salsicha que os americanos bem loucos comem cedinho. Mas a especialidade é mesmo a panqueca. Dá pra dividir um prato por dois, e sair abrindo o botão da calça (que foi exatamente o que nós fizemos). Segue foto do evento:




Dois dias depois do Pancake Day é comemorado o Valentine's Day. O dia dos namorados no resto do mundo. Trocamos presentes, ganhei flores, e saímos pra jantar frog's legs. Romântico!

Agradinho surpresa pro namorado no Valentine's Day

quarta-feira, 27 de março de 2013

Trafalgar Square


Praça com nome de batalha, feita pra bombar!


A Trafalguar Square é das principais Praças de Londres. Tudo que é importante acontece por ali. Tipo a premiere do último filme do Harry Potter.
Toda estatuada, trabalhada na majestade, o monumento central é a Coluna do Almirante Nelson (não confundir com Major Nelson), o estrategista militar que derrotou Napoleão em Trafalgar!
A coluna é rodeada por quatro leões gigaaaantes, que, conta a lenda, vão levantar (e cantar "O que eu quero mais é ser Rei") no dia em que o Big Ben tocar 13 badaladas. Hum... Intaum tá intaum!



Além da coluna, escadaria, fontes e enfeites mil, existe a Powerless Structure fig.101. Nome pitoresco da estátua de um menininho dourado num cavalinho de madeira. Ooooi? A inscrição exprica:

"We wanted to create a public sculpture wich, rather than dealing with to pics of victory or defeat, honours the everyday battles of growing up."

Fair enough. Afinal, tamo aí na luta, matando um leão por dia! É cuti-cuti. 



Na frente da Praça (ou é ao contrário?) está a grandiosa National Gallery, que concentra marromenos 2300 pinturas criadas na Europa Ocidental desdo século XIII. Estão lá todos os clássicos: Leonardo da Vinci, Boticelli (e suas fofuxas), Caravagio, Rembrandt, Degas... tem de um tudo! O edifício é lindo! Quer mais? É de grátis.


Grudada na National Gallery, numa entrada lateral ligeiramente escondidinha está a National Portrait Gallery, que, in my opinion é até mais legal que a primeira. É basicamente a "Caras". Só que artística. São 10 mil pinturas, caricaturas, esculturas e fotografias de famosos de todos os tempos, começando pelos Tudor, passando por Shakespeare, Virginia Woolf e até David Beckham. O polêmico quadro da Kate Midleton, que segundo os críticos ficou parecendo tia véia, também está por ali.

Na frente da National Portrait Gallery está a igreja St. Martin-in-the-Fields. Quando visitei, sem saber de nada, assim sem querer, porque nem é ponto turístico, dei de cara com uma orquestra de cordas ensaiando no altar (a Academy of St Martin-in-the-Fields). De soltar lagriminha de emoção! Depois fiquei sabendo que música é super normal por ali. Toda segunda, terça e sexta as 13h tem concerto de grátis. E na cripta, que tem um super café daqueles de sentar e engordar, rola jam session de jazz vez em sempre.


sábado, 23 de março de 2013

Estou em Londres!!!


What a change! Saída de um calor de 30 e muitos graus, prum inverno freezing (de dentro do freezer) em Londres. Uma pessoa fica torta de choque térmico.

Clima é assunto de elevador, eu sei! Mas é legal de abordar porque todo mundo concorda num aspecto: Nunca tá bom! Ou tá muito quente ou tá muito frio. Eu digo que, no meu caso, tá sofrido!

Mas paisagem de inverno é coisa linda de Deus, então compensa. Eu ia gostar mais de neve se ela não fosse  molhada e gelada, mas ainda assim simpatizo. O problema do tempo em Londres é o clássico "4 estações num só dia". Só que marromenos, porque verão passa bem longe daqui. Já aconteceu de chover, nevar, fazer sol (não confundir com calor), tudo num intervalo de uma hora. Uma hora. Inda bem que nesse dia ninguém avisou São Pedro que existia granizo. Nesse dia não. Só no dia seguinte.




Antes que vc pense que eu não estou curtindo Londres, eu explico: não tem como não gostar! Museu aqui é de grátis. Tem peça de teatro, musical, ballet estreando toda semana. As ruas e os prédios são lindos, clássicos. Adoro que tem muito café, lanchonete, restaurante, lojinha por todos os lados, mas sem estragar as fachadas antigas. Aproveitando elas, na verdade. Volto a dizer, me sinto numa sessão da tarde.

E nesse exato momento, lá fora, chove neve!


quarta-feira, 20 de março de 2013

Ammyuniki

Quando a gente toma a decisão de mudar completamente de vida, nem sempre o cérebro acompanha. O sea, a cabeça fica numa total rave (tutz-tutz) de indecisões, balanços, prós e contras, "what ifs", ansiedades, inseguranças. Dá tilt, e o coração acompanha.

Durante os meses em que fiquei de passagem no Brasil, eu estava completamente destemperada. Nem lá nem cá. Cambaleando de ladinho. Precisada de uma rehab de mim mesma. E a solução surgiu como mágica, kapuf! O LT!

Ki-isso? LT é nickname de Liderança e Transformação, um treinamento super intensivo de auto-conhecimento ministrado pela Ammy. Now, você provavelmente vai pensar que é mais um daqueles lances de neurolinguística. E sim, em alguns momentos acho que essas técnicas são usadas. Mas o LT é muito mais do que isso. Ele vai mais fundo, pega mais pesado e te deixa mais radiante da vida. A minha descrição lembra dorgas, mas também não é isso. A verdade é que eu não posso falar muito a respeito porque o efeito surpresa é essencial. Mas a questão é que eu muito recomendo. Principalmente pra famílias, sejam elas problemáticas (e qual não é?) ou não (ah tá).

Depois do LT a vida fica mais transparente. E no mínimo você passa a entender melhor daonde vêm parte das suas reações em relação ao mundo. O que já é meio caminho andado pra alterar aquilo que não funciona, né não? Em resumo, se vc estiver fora da casinha, fica mais fácil entrar nela de novo. E se você já estiver dentro, ela ganha upgrade.

Meus padrinhos amados!

Depois que eu fiz, meu pai fez também, e minina, loucura! Loucura como a minha relação com ele melhorou (e ele já tinha feito alguns cursinhos de neurolinguística). Não é mágica, tá? Mas ó, vez em quando até parece! Intaum, se vc se interessou, e eu espero que sim, porque tô com vontade de espalhar a felicidade pós-LT, clicaki.

Waving Queen



A little hint de onde estou morando agora (pra quem ainda não sabe).

God save the Queen!

sexta-feira, 15 de março de 2013

Reveillon no Rio

Nunca tive um relacionamento saudável com fogos de artifício. Um primo teve um pequeno acidente quando quiança (o esperto jogou a bombinha pra cima... dãr), e fui eu quem traumatizei pra vida toda. Até hoje me escondo debaixo da mesa. Eu e os cachorros.

Quando ouvi falar que seriam 16 minutos de fogos na Praia de Copacabana, quase me fiz de avestruz.

Mas, como você pode constatar pelo bozo da fotinho acima, mudei de ideia, e AMEI!!! Foi daquelas experiências emocionantes, em que o sistema nervoso surta, e não sabe se chora ou ri, daí mistura tudo. Não tem como soltar uma palavra, sem fazer careta descontrolada de lábio tremendo. É lindo!

Incrível como luzinhas no céu podem criar tanta comoção. Mas né? Não são simples luzinhas no céu. São 24 toneladas de fogos coloridos e sincronizados com música orquestrada, espalhados por 11 balsas no oceano longinquo (do jeitinho que eu gosto). São cerca de 2 milhões de pessoas de todas as idades partilhando a mesma vibe (de forma civilizada). É muita energia, gente!



Quem diz que o Rio de Janeiro não está preparado pra Copa ou wathéva, está muito é despeitado. A cidade tem experiência em organizar a bagunça pra satisfazer os turistas. O único putz da noite foi encontrar transporte pra casa. Porque os que existem superfaturam. Mas daí é só ser esperto e comprar passe especial de metrô com antecedência.

Claro que a noite não teria sido tão perfeita, se não fosse cercada de amigos. Se não fosse o jantar super gostoso proporcionado por Carol e família. Foi o que deu "aquele toque"! Coração com a mão.

quinta-feira, 14 de março de 2013

O Rio de Janeiro é lindo!


Eu sou tão hipócrita!

Vivo fazendo post sobre o mundo dos outros, enquanto que no meu póprio país, mal conheço o Estado vizinho. Foi por isso que para o Reveillon, resolvi conhecer a cidade maravilhosa: Rio de Janeiro.
(Zatamente tô falando do Reveillon de 2012. Sentaí no DeLorean e não reclama!)

Vou começar dizendo que: What a surprise! O Rio de Janeiro é realmente lindo! Eu escrevo isso com espanto, porque na minha cabeça, ela era um bicho papão (alimentado com ração diária pelo Jornal Nacional). Não vi favelas, zé-pequenos, nem balas perdidas essas passaram muito rápido. O que eu vi foram paisagens lindas de verão cercadas por montanhas verdes, cenários típicos das novelas do Manoel Carlos! Bossa Nova tocando... no meu cérebro.

Não vou ficar falando de praia, tá? Porque, como você sabe, eu sou psicologicamente alérgica à areia. Mas, por outro lado, pedalei 7,5 kms em volta da Lagoa Rodrigo de Freitas... de quadriciclo (que eu ainda não aprendi a andar sem rodinha). Aff, quebrei meu record! E recomendo. A paisagem é tão deslumbrante, que nem cansa!


Também não visitei o Pão de Áçucar ou o Corcovado. Muita fila, muito alto (da vertige)... mas nem por isso deixei de conferir uma vista linda. De um ponto mais baixinho e mais a minha cara: o Parque das Ruínas em Santa Tereza. Santa Tereza já foi bairro nobre nos anos 40, niki é cheio de mansões fofas, muitas ainda em estilo colonial. Tem gente que compara ao Montmartre (exageraaaaados), não só por causa das ladeiras e escadarias estreitas de paralelepípedos (repita rápido 3x), mas também porque tem muito artista morando por lá. O Parque das Ruínas, quando ainda era um casarão inteirinho, bombava de festénhas que os donos promoviam. Hoje é teatro, café, mirante, e ainda tem ligação com o Museu Chácara do Céu (quando cheguei já estava fechado). Dou cinco estrelinhas!



Não interessa que eu estava no Rio de Janeiro todo sol-praia-festas, eu queria era ver Museu. Que eu sou viciadinha! E o escolhido foi o Museu da República. Nada mais nada menos que o antigo Palácio do Catete, sede do Poder Executivo entre 1897 e 1960, antes da invenção de Brasília. O prédio é lindo! Em uma palavra: neoclássico! Foi ali que Getúlio Vargas se suicidou. "Saio da vida, para entrar na história". Bem diva! O quarto está preservadinho pra gente visitar.



A noite tem mais museu, só que disfarçado de balada. Tô falando do bar/restaurante Rio Scenarium na Lapa. Um sobradão de três andares, abarrotado de objetos e mobiliário antigão. Porcelana chinesa, bonecas de biscuit, máquinas registradoras, cadeiras de barbeiro.... Pra você ter uma ideia, tem até uma farmácia homeopática da década de 30 montadinha. É surreal de bom!


Pressinto que vc está tentado a parar de ler, intaum vou deixar pra contar sobre a sensacional noite de reveillon no próximo post, tá bão? Inté!

segunda-feira, 11 de março de 2013

Paulista no Pateo

Não é segredo que São Paulo cresceu muvucada. O povo foi chegando, se ajeitando, e ficando por isso mesmo. Na bagunça, ninguém nem se atentou pra questão "Patrimônio Histórico Cultural". Intaum, São Paulo ficou quase desprovido.

Eu disse quase...

Acho eu que a Catedral da Sé é bem histórica. A neogótica que existe hoje foi terminada só em 1967. Mas desde 1616 já existia igreja no mesmo lugar. Este walk tour começa na Catedral, que é pra ser abençoado. Afinal, estamos bem no meio da Praça da Sé. Lugarzinho mal frequentado. Um mendigo sujinho por metro quadrado. Há que esconder o dinheiro na meia. Dá dó, porque a praça é grande, majestosa, apalmeirada.



Bóra então pro Pateo do Colegio (vc acha que eu escrevi errado, mas eu escrevi feito os antepassados), marco inicial do nascimento da cidade (que é mais bem frequentadinho). Lá os jesuítas montaram seus cafofos pra de catequizar os índios em 25 de janeiro de 1554. O lugar foi também sede do governo paulistano de 1765 a 1912. É difícil imaginar que São Paulo já tenha sido clássica e pequeninha daquele jeito.
No meio do Pátio tem um Obelisco em homenagem aos fundadores da cidade. A maior parte dos prédios em volta está bem conservada. O edifício principal é o Museu Padre Anchieta, aonde funcionava o antigo Colégio dos Jesuítas. Óbvio que ele é baseado em coisinhas de igreja, mas também tem algumas maquetes e mapas de São Paulo no tempo do epa (quando vovó ainda não tinha celulite). Um pedaço específico é só sobre a vida do Padre Zé com trequinhos particulares dele pra ilustrar, tipo uma túnica podrinha e um osso da perna. É, tô falando de um osso de perna humana! Prático, normal...



Minha atração preferida foi o solar da marquesa de Santos, amante oficial do D. Pedro I. Ela não era nobre de nascimento, se digitransformou só depois de virar filial (tipo a Camila Parker-Bowles, que agora é Duquesa da Cornualha). O solar foi prêmio de consolação por levar um pé na bunda do Imperador. O que é uma peninha. Apesar da relação imoral, eles pareciam ser bem apaixonados. Taqui um trechinho de uma das 143 cartas, que ele mandou pra ela:
"Nada mais digo senão que sou teu, e do mesmo modo quer esteja no céu, no inferno ou não sei onde. Tu existes e existirás sempre em minha lembrança, e não passa um momento que meu coração me não doa de saudades tuas...”
Enfim, a marquesa não tinha boa reputação quando se mudou do Rio pra São Paulo, porque né? Fama de pirigueti. Mas ela tinha dinheiro. Intaum começou a promover um monte de festénhas pra high society lá no solar. Boa de marketing pessoal, acabou se tornando importante e influente, formadora de opinião. Acabou que se casou com um brigadeiro (que encheu ela de beijinhos. Ha!).
Não sou amiga íntima, mas acho que foi merecido. No primeiro casamento, ela tinha só quinze anos e o marido era um ogro. Tão ogro, tão ogro, que a esfaqueou enquanto grávida do terceiro filho.



É hora do lanche, que hora tão feliz! O Café do Pátio é bem agradável, o cardápio é apetitoso, mas é relativamente caro. Quer comer bem, baratinho e conhecer um lugar diferente? O Bairro da Liberdade é logali. Tomado pelos japoneses refugiados da Segunda Guerra, o bairro era essencialmente nipo no meio de São Paulo. Agora tá uma mistureba de orientais. Tem chinês, coreano, mais chinês (não que eu consiga perceber a diferença). Niqui vc escolhe entre sushi, yakissoba, shop suey, cachorro...
E o bairro é basicamente comercial, então dá pra fazer comprinhas também.


sábado, 9 de março de 2013

Paulista na Luz

O metrô de São Paulo tá mara!

Detectei um ar de "Du-vi-do-ô" no ar?

Acredite em mim. Tá prático, tá rápido, tá bonito e policiado dentro do possível. Em hora do rush deve ficar craudeado, afinal é um exagero (11 milhões) de habitantes, né? Mas as linhas estão sendo ampliadas, e as antigas passaram ou estão passando por remodelação.


É o caso da Estação da Luz, uma senhora de 146 anos que inicialmente era só estação ferroviária, e desdos anos 90 também funciona como metrô. Toda clássica, mas conservadinha, tem até piano público na entrada. Pena que ninguém senta pra tocar...direito.

Taí um bom lugar pra começar um walk tour, já que no piso superior da estação funciona o Museu da Língua Portuguesa. O nome é auto-explicativo, néam? Ele conta como a língua BRASILEIRA se formou. Uma verdadeira salada. A grande atração é a apresentação multimídia, que começa com a Fernanda Montenegro fazendo um resumão do que é o Brasil em termos de língua. Depois o público é transportado pra uma sala escura (e meio claustrofóbica) aonde vozes conhecidas (lê-se globais) recitam (em gravação, craro) poemas de vários escritores famosos. Ao mesmo tempo, esses mesmo poemas são representados nas paredes, feito teatrinho de sombra. Eu saí de lá com "as árvores somos nozes" na cabeça. Não que isso tenha sido recitado. Minha mente é que faz dessas conexões.


Saindo do Museu, em frente a Estação da Luz, tem a Pinacoteca do Estado. Não tem como perder, é um prédio grande, lindo e clássico, que funciona como museu desde 1905. In fact, foi o primeiro museu de artes de São Paulo. Se alguém leu o post anterior, viu que eu não sou muito fã do MASP, néam? Intaum, da Pinacoteca, eu sou, tá?


E o que mais tem pra ver na região? Tem o Memorial da Resistência, no Largo General Osório, que é nada mais nada menos que um antigo prédio do DEOPS. Já ouviu falar? Daquele lugarzinho do mal aonde ficavam os presos políticos durante a ditadura? Intaum, São Paulo resolveu que tava na hora de parar de esconder essa fase da história do país. O museu é pequeninho, mas nem por isso deixa de ser impressionante. Uma das salas é representação de uma cela da época. Em outra, antigos revolucionários deixaram declarações nas paredes, do tipo "aqui esteve ______" (preencha com o nome da pessoa desaparecida). Em outra, a gente pode ouvir depoimentos de quem esteve preso ali. Histórias reais de pessoas reais. Te digo já que eu nunca seria revolucionária. Tenho móito medo de sentir dor. Acho que é por isso que essas coisas me chocam tanto. Tortura, sabe? Ninguém devia passar por isso.

Dependendo da maneira como o carcereiro abria a porta, a gente percebia o que era,  se era pra chamar alguém para a tortura, se era alguém chegando, se era comida que estava vindo...

E almoçar? Tem como? Ói, eu curti a lanchonete da Pinacoteca, mas se vc quiser passar por uma experiência mais paulistana, o Mercadão Municipal tá logo ali. São cerca de 8 quadras, e um super sanduba de mortadela a sua espera. O restaurante que eu fui, tinha até estátua do Adoniram Barbosa.


Se rolar inspiração pra comprinhas, a 25 de março é do ladinho também.

Roteiro completo googlemapeado

Paulista na Paulista

Quando de férias, eu faço turismo. Não importa se é na minha cidade ou na dos outros, que eu não tenho preconceitos. E São Paulo, cidade supimpa na qual eu acordei pra vida literalmente, é bastante explorável. Dá muito pra filtrar uns walk tours. Que é exatamente o que eu vou fazer, começando pela Avenida Paulista.


A Paulista é a avenida mais business-zenta de São Paulo. Nela estão as sedes dos maiores bancos, escritórios de muitas super empresas, alguns consulados... também tem teatros, museus, galerias ... Ou seja, une o útil ao agradável. Contenta geral. Como se não bastasse, ainda é bonita de olhar. É elegante ela e quem anda nela. Já era assim quando eu era pequena, e tá melhorando com o tempo. Tipo eu!

O meu walk tour começa pela FNAC no número 901. Juro que não é consumismo da minha parte. Inclusive, pra ver o que eu quero mostrar, mal é preciso entrar na loja. A atração é mesmo a entrada, TODA GRAFITADA. O grafite está virando símbolo das ruas de São Paulo. É uma arte que eu pessoalmente respeito, admiro, acho mara. E aparentemente muitos paulistas pensam do mesmo jeito, porque a cidade tá virando uma super tela.



Agora vamos caminhar até o MASP que já é ponto turístico desde 1968. No caminho, bem em frente a FNAC tem a Reserva Cultural com filminhos cult. Andando um pouco mais tem o Teatro Gazeta. E um pouquinho mais à frente tem o Centro Cultural Fiesp, que além de teatro, tem galeria. Quando fui, a mostra era de fotografias de Londres nos anos 60. Pertinente, hum?

O MASP está no número 1578. Talvez eu não devesse escrever isso assim em voz alta, mas a verdade é que... eu não gosto do MASP, a super obra brutalista. Acho chato. Acho quadrado, alto e vermelho. Nada assim tão empolgante. E a coleção de obras? Parece que eu já vi antes em alguns outros lugares, bastante dejavu. Meio mequetrefe. Agora abusei, né? Intaum tá, vamos mudar de assunto.

Na frente do MASP tem o Parque Trianon, pra contrastar o cinza com um pouquinho de verde. É gostoso dar uma passeadinha nele, respirar um ar marromenos puro, antes de ir pra mega-mega-megastore da Livraria Cultura. Livraria é loja, mas é loja que vale a pena, néam?



Ah, já ia me esquecendo. No caminho tem o Palacete Franco de Melo, aonde infelizmente a gente não pode entrar, porque o tombamento ainda está em discussão judicial. Esta casa existe desde 1905, e era mansão da família do mesmo nome. Tem 38 quartos lá dentro! Fazendo figuinha pra que vire museu.


Se depois de andar tudo isso, bater uma fominha, é bastante compreensível. Muito sugiro a Padaria Bella Paulista logo ali na Haddock Lobo. Só de pensar no pão de queijo recheado na chapa, com aquela crostinha dos-Deuses crocante por cima... faço u-huu!



Grafites no túnel do final da paulista.

sexta-feira, 8 de março de 2013